ESCOLIOSE
A escoliose é o nome dado ao desvio lateral, curvatura anormal, da coluna no plano frontal (visão de frente), neste plano a coluna não possui curvaturas. Isto faz com que ela fique com o aspecto de um C ou S conforme o número de curvas.
Já no plano lateral (visão de perfil) ela possui quatro curvaturas: lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e cifose sacral.
O tipo mais frequente encontrado de escoliose é a idiopática, sem uma causa definida. Existem várias teorias: alterações no hormônio melatonina, propriocepção. Atualmente, acredita-se em alterações genéticas.
As curvaturas menores são as mais frequentes e com bom prognóstico de evolução com tratamento clínico. As de curvatura maior são menos frequentes, mas tem sintomas e alterações estéticas mais aparentes, sendo necessário um acompanhamento mais especializado e muitas vezes o tratamento cirúrgico.
Como a maioria são de angulação pequena, promovendo pouca alteração estética, ela pode passar desapercebida durante o crescimento e desenvolvimento, mesmo durante a adolescência que é faixa etária mais comum e quando se fazem mais os diagnósticos (escoliose idiopática do adolescente).
A queixa de dor não é frequente, mas deve chamar a atenção e ser levada em consideração quando a criança reclama de dor nas costas devendo ser melhor observada e avaliada pelo Pediatra. O principal fator de levar o paciente a consulta é solicitação de avaliação pelo Pediatra ou percepção de alguma alteração estética (desnivelamento dos ombros ou quadris, presença de giba (proeminência) dorsal, assimetria torácica, pernas de tamanhos diferentes).
Como causas secundárias podemos dividir em metabólicas (raquitismo, osteogênese imperfecta), neuromusculares (paralisia cerebral, paralisia infantil, artrogripose, siringomielia) e congênitas (erro na formação ou segmentação da coluna).
ANATOMIA
A coluna vertebral é composta de 4 regiões (cervical, torácica, lombar e sacro-cóccix). Possui 33 vertebras ( 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares e 5 sacrais e 4 coccígeas).
FUNÇÃO
A coluna vertebral tem como funções: proteger a medula espinhal, sustentar a cabeça, permitir movimentos em várias direções, fixação das costelas e musculaturas do tronco, manutenção da postura em pé.
SINAIS E SINTOMAS
Dor leve aos esforços ou permanecer muito tempo em pé ou sentado pode ser uma queixa e deve chamar a atenção.
Dor durante atividades físicas nas costas.
Assimetria dos ombros
Assimetria dos quadris
Assimetria nos lados do tórax
Assimetria dos mamilos
Gibosidade (proeminência) dorsal ou lombar
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado pela história clínica e pelo exame físico.
EXAMES
RX – coluna total feito em pé.
Serve para o diagnóstico e acompanhamento e decisão do tratamento. Baixo custo e fácil acesso.
USG (Ultrassom)
Não serve para o diagnóstico.
Tomografia Computadorizada (TAC)
Nos casos cirúrgicos a reconstrução em 3D pode ajudar na programação e em alguns diagnósticos diferenciais.
RNM- (Ressonância magnética)
Somente para os casos cirúrgicos ou os de escoliose neuromuscular ou para diagnósticos diferenciais.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Tumores da medula espinhal
Tumores da coluna vertebral
Infecção da coluna vertebral
Escoliose funcional ou postural
TRATAMENTO
O tratamento conservador através da fisioterapia tem um excelente resultado nas curvas pequenas e médias. O foco principal é a melhora da postura com fortalecimento e consciência corporal.
Fisioterapia- RPG.
Atividade física- Natação, Pilates, musculação.
Avaliação do tamanho dos membros inferiores.
Coletes.
Cirurgia indicada nos casos com angulação grande que podem levar a prejuízo da função pulmonar e estrutural para a coluna no futuro e também em casos de neuromusculares , congênitas.
Por isso é muito importante o diagnóstico precoce e seguimento com seu médico.
Converse com o médico que você acompanha para decidir o tratamento que melhor enquadra no seu caso.
Referencia :
Ortopedia e Traumatologia: Conceitos Básicos Diagnóstico e Tratamento. 2ºed.: Roca