SINDROME DO ATRITO DO TRATO (BANDA) ILIO TIBIAL (TIT)
Quadro frequente de dor na face lateral (externa) do joelho e do quadril.
Muito comum em corredores, ciclistas e esportistas que executam o movimento de flexo-extensão do joelho repetidamente provocando sobrecarga e aumento do atrito entre a banda e as estruturas ósseas o que acarreta dor e inflamação. Também pode acometer pessoas sedentárias.
-
ANATOMIA
O anatomista Vesalius, em 1543, descreveu o tensor da fascia lata como um dos músculos da tíbia. A descrição de sua inserção na tíbia é atribuída a Gerdy. Em 1958, Kaplan desenvolveu um estudo comparativo do TIT e o destacou como uma estrutura ímpar só encontrada na espécie humana. O epônimo faixa de Maissiat deve-se à importante pesquisa que este anatomista francês realizou em 1843(3).
Segundo Gardner, o TIT é uma estrutura complexa que recebe as inserções dos músculos glúteo máximo e tensor da fascia lata. É formado pela coalescência de ambos e da fáscia da coxa e continua proximalmente até a crista ilíaca como aponeurose glútea. Estende-se para dentro da linha áspera e da linha supracondilar lateral, como septo intermuscular lateral e, abaixo, funde-se com o retináculo lateral da patela e se insere no côndilo tibial lateral e na fáscia da perna. Tandler cita que os feixes musculares paralelos na região glútea continuam imediatamente atrás do trocanter maior, como um tendão plano e largo, que é contínuo com a porção reforçada da fáscia lata que constitui o ligamento iliotibial ou faixa de Maissiat, a qual se estende desde a crista ilíaca até o côndilo lateral da tíbia.
Com o joelho estendido ele se situa anterior ao epicôndilo lateral do joelho , com o joelho fletido ele se situa posterior ao epicôndilo lateral.
-
FUNÇÃO
O TIT, juntamente com as fibras do tensor da fáscia e do glúteo máximo, são importantes para manutenção da postura e estabilização no apoio monopodal. .
O TIT é um estabilizador antero lateral do joelho , atuando secundariamente na flexão e extensão e contribuindo para os movimentos rotacionais dessa articulação .
-
SINAIS E SINTOMAS
Dor forte ou moderada na parte externa (lateral) do joelho na palpação na fase aguda.
Inchaço (edema) pode estar associado.
Nos casos mais persistentes a dor piora muito com o atividade física levando a incapacidade da realização dos exercícios .
Pode menos frequentemente acontecer devido a atividade ou esforço físico, ou em atividades da vida diária (caminhar, subir e descer escadas e levantar da cadeira ou sofá).
-
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado pela história clínica e pelo exame físico.
-
EXAMES
Importante associar o exame físico a imagem, pois muitas vezes aparece alteração no local e o paciente não tem sintomatologia e a dor é por outro problema.
O inverso também é válido, pois algumas vezes o quadro clínico é claro, exuberante e o exame vem com laudo normal. O mais importante é o exame clínico e o exame de imagem é apenas complementar para auxiliar no diagnóstico.
RX –
Não serve para o diagnóstico, mas com ele podemos avaliar a existência de um epicôndilo lateral do fêmur proeminente.
USG (Ultrassom)
Exame bom e rápido para confirmar o diagnóstico, mas não é eficiente para o diagnóstico diferencial e é examinador dependente.
RNM- (Ressonância magnética)
Melhor exame para o diagnóstico, pois além da patologia permite a avaliação dos diagnósticos diferenciais.
-
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Lesão menisco lateral
Lesão do Ligamento Colateral lateral
Lesão de cartilagem no compartimento lateral do joelho
Radiculopatia L5-S1
Fratura por stress
Bursite trocantérica
Tendinite Glúteo médio e mínimo.
-
TRATAMENTO
Medicações – Analgésicos, anti inflamatório, corticóides,
Fisioterapia- analgesia, terapia manual para tecidos moles, cinesioterapia (correção de desequilíbrios musculares , correção da biomecânica, melhora da flexibilidade), bandagens.
Controle de carga e volume nos treinamentos.
Avaliação da pisada e calçado.
Avaliação do tamanho dos membros inferiores e desvios na coluna.
Acupuntura
Terapia por Onda de Choque (TOC)
Infiltração
Cirurgia somente em casos resistentes ao tratamento clinico, sendo muito raro.
Converse com o médico que você acompanha para decidir o tratamento que melhor enquadra no seu caso.
-
REFERÊNCIAS